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FII SNEL11: Análise Distribuição Dividendos 2025

Fundo Imobiliário SNEL11: Análise sobre Distribuição de Dividendos

O Cenário do FII SNEL11

O SNEL11, um fundo imobiliário que concentra seus investimentos em projetos de energia limpa, especificamente em usinas fotovoltaicas, encontra-se em um momento crucial de sua trajetória. Apesar de ter apresentado rendimentos acima do esperado nos últimos meses, essa performance foi mantida, em parte, pela utilização de reservas que agora estão se esgotando.

Contando com mais de 30 mil cotistas e uma carteira em expansão, o fundo depende da ativação de três novos empreendimentos para manter sua atratividade no mercado. No entanto, surge a dúvida: haverá tempo hábil para que essas operações entrem em funcionamento?

O Atual Cenário do SNEL11

Nos últimos meses, o fundo distribuiu R$ 0,10 por cota, um valor superior ao seu lucro recorrente. Para sustentar essa distribuição, o SNEL11 precisou recorrer às reservas acumuladas. Em fevereiro, por exemplo, dos R$ 0,14 distribuídos, apenas cerca de R$ 0,09 foram provenientes do fundo em si, enquanto o restante veio das reservas.

Atualmente, o fundo mantém uma reserva em torno de R$ 0,19 por cota. No entanto, caso os novos empreendimentos não sejam ativados dentro do prazo estabelecido, é possível que a distribuição de dividendos seja revista para baixo nos próximos meses.

Ativos em Desenvolvimento: Oportunidades e Riscos

O SNEL11 possui três ativos fotovoltaicos em fase de comissionamento, etapa que antecede a operação efetiva:

Essas usinas aguardam a conexão à rede elétrica para iniciar a geração de receita. Qualquer atraso nesse processo pode impactar significativamente a capacidade do fundo em manter a distribuição de dividendos, refletindo diretamente na confiança dos investidores.

Por exemplo, a previsão de conexão da usina São Bento Abade está estimada entre abril e maio de 2025, enquanto Mundo Melhor e Liberdade seguem em tratativas, sem uma data definida para operação.

Composição Atual da Carteira

O SNEL11 é majoritariamente composto por ativos solares, representando aproximadamente 40% de sua carteira, além de contar com recursos em caixa e ativos compromissados. Dentre os empreendimentos já em operação, destacam-se:

Uma das informações relevantes do último relatório foi a valorização retroativa dos ativos de Sanremo, que elevou o valor patrimonial do fundo em aproximadamente R$ 17 milhões, representando um aumento de cerca de 35%. Atualmente, o índice PV/VP está em 1,1.

Setor Solar no Brasil: Crescimento e Desafios

No ano de 2024, o Brasil instalou 853 mil novas usinas, sendo mais de 99% dessas usinas baseadas em energia solar. Esse movimento demonstra o avanço significativo do setor fotovoltaico, mesmo diante de desafios, como o aumento na alíquota de importação de painéis, que passou de 9,6% para 25%.

Apesar desse crescimento, a indústria nacional ainda não consegue suprir 5% da demanda de energia, evidenciando o potencial de expansão do setor, mas também ressaltando a dependência de fornecedores estrangeiros.

Macroeconomia e o Futuro do FII SNEL11

As projeções para 2025 e 2026 indicam um cenário econômico desafiador, com previsões como:

Esses indicadores têm impacto direto no interesse dos investidores em fundos imobiliários, especialmente aqueles ligados ao setor de energia, que precisam competir com investimentos de renda fixa mais atrativos. Além disso, existe a incerteza acerca do veto presidencial referente à isenção do imposto de renda para fundos imobiliários, decisão que poderia afetar a atratividade desse tipo de aplicação.

Terceira Emissão de Cotas e a Estratégia do SNEL11

O fundo encontra-se em um processo de captação, com cerca de R$ 61 milhões já arrecadados na terceira emissão de cotas. Esses recursos serão direcionados à aquisição de novos projetos, com ênfase em empreendimentos já em operação, que oferecem retorno imediato.

A estratégia do SNEL11 visa mitigar riscos ao diversificar o portfólio com ativos maduros, entretanto, a aposta principal permanece nas usinas em fase de comissionamento.

Rendimento e Perspectivas Futuras para o SNEL11

Apesar do desempenho positivo recente, existem incertezas em relação ao fundo:

Nesse cenário, caso ocorra uma redução na distribuição de dividendos, é possível que o valor da cota no mercado secundário sofra pressão, criando oportunidades para investidores de médio e longo prazo, porém, gerando preocupação para os investidores mais imediatistas.

Vale a Pena Investir no SNEL11?

O fundo SNEL11 apresenta uma proposta sólida e possui ativos interessantes em seu portfólio. No entanto, os atrasos na ativação de três importantes usinas implicam em riscos para a manutenção da distribuição de dividendos, impactando diretamente no valor das cotas e na confiança dos investidores.

Para os investidores atentos, este momento pode representar uma excelente oportunidade para acompanhar de perto os próximos relatórios e avaliar se o fundo será capaz de cumprir suas metas estabelecidas. Dependendo do desempenho futuro, pode surgir uma janela interessante para ingressar nesse ativo.

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