Expectativas sobre a Próxima Alta da Selic: Análise da Ata do Copom e IPCA-15 de março
No cenário econômico brasileiro, a expectativa em relação à taxa Selic é tema central de discussões entre investidores, analistas e instituições financeiras. O Copom (Comitê de Política Monetária) recentemente elevou a Selic de 13,25% para 14,25%, e agora a atenção se volta para quanto mais a taxa básica de juros irá subir. A divulgação da ata do Copom e o IPCA-15 de março são eventos que impactam diretamente a calibração dessas expectativas.
Fim do ciclo de alta da Selic: Perspectivas e Projeções
Com a recente elevação de 1 ponto percentual na Selic, o Copom indicou uma possível redução no ritmo de aumento dos juros a partir de maio. Diferentes instituições financeiras, como Morgan Stanley, XP e Itaú, apresentam projeções divergentes sobre o término do ciclo de alta da Selic. Enquanto o Morgan Stanley projeta o encerramento para maio com uma taxa de 14,75%, a XP adota uma visão mais conservadora, prevendo 15,50% como taxa final. Já o Itaú estima mais dois ajustes de 0,50 p.p. nas próximas reuniões, elevando a Selic para 15,25%.
Segundo Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, o comunicado do Copom trouxe nuances indicando uma possível desaceleração da atividade econômica, levando em consideração os efeitos defasados das decisões anteriores. Mesquita ressalta que, historicamente, menções a defasagens na política monetária ocorrem algumas reuniões antes do ciclo de ajustes ser finalizado, o que sugere cautela em prever o fim do aperto monetário.
Impacto do IPCA-15 de março e Outros Indicadores Econômicos
Além da ata do Copom, o mercado financeiro aguarda a divulgação do IPCA-15 de março, que é um indicador-chave da inflação no país. A evolução da dinâmica da inflação é um dos fatores que influenciam as decisões de política monetária. O Banco Central também irá publicar o Relatório de Política Monetária, substituindo o antigo Relatório Trimestral de Inflação, o que trará mais insights sobre os rumos da economia.
Outros dados importantes a serem observados durante a semana incluem os resultados de fevereiro do mercado de trabalho, com os índices do Caged e PNAD Contínua a serem divulgados na sexta-feira. Esses indicadores são fundamentais para avaliar a saúde do mercado de trabalho e seu impacto na economia como um todo.
Calendário Econômico – 24 a 28 de março
- Segunda (24)
- 08h25: Boletim Focus (Banco Central)
- Terça (25)
- 08h00: Ata do Copom (Banco Central)
- Quarta (26)
- 08h30: IDP/Investimentos diretos no país de fevereiro (Banco Central)
- 09h00: Questionário Pré-Copom (Banco Central)
- 14h30: Resultado primário do governo central de fevereiro (Tesouro Nacional)
- Quinta (27)
- 08h00: Relatório de Política Monetária
- 09h00: IPCA-15/Prévia da inflação de março (IBGE)
- 09h30: PIB dos Estados Unidos no 4º trimestre de 2024 (terceira leitura)
- 11h00: Coletiva de Gabriel Galípolo (presidente do Banco Central) e Diogo Guillen (diretor de Política Econômica)
- Sexta (28)
- 09h00: PNAD Contínua/Taxa de desemprego de fevereiro (IBGE)
- 09h30: PCE/Índice de preços de gastos com consumo de fevereiro nos Estados Unidos
- Sem horário: Caged/Abertura de vagas com carteira assinada de fevereiro (Ministério do Trabalho e Emprego)
- Sem horário: Arrecadação federal de fevereiro (Receita Federal)
O acompanhamento atento desses eventos e indicadores econômicos proporciona insights valiosos para investidores e agentes do mercado, permitindo uma melhor compreensão do cenário econômico e preparando-os para possíveis cenários futuros relacionados à taxa Selic e à inflação no Brasil.